segunda-feira, 28 de março de 2011

De frente pro crime

João Bosco

Tá lá o corpo estendido no chão/
Em vez de um rosto uma foto de um gol/
Em vez de reza uma praga de alguém/
E um silêncio servindo de amém /
O bar mais perto depressa lotou/
Malandro junto com trabalhador/
Um homem subiu na mesa do bar/
E fez discurso para vereador/
Veio camelô vender anel, cordão perfume barato/
E baiana pra fazer pastel e um bom churrasco de gato/
Quatro horas da manhã baixou o santo na porta bandeira/
E a moçada resolveu parar e então...
Tá lá o corpo estendido no chão/
Em vez de rosto uma foto de um gol/
Em vez de reza uma praga de alguém/
E um silêncio servindo de amém
Sem pressa foi cada um pro seu lado/
Pensando numa mulher ou num time/
Olhei o corpo no chão e fechei/
Minha janela de frente pro crime/
Veio camelô vender anel, cordão perfume barato/
E baiana pra fazer pastel e um bom churrasco de gato/
Quatro horas da manhã baixou o santo na porta-bandeira/
E a moçada resolveu parar e então...
Tá lá o corpo estendido no chão

3 comentários:

  1. Professora Giomara,

    Parabéns pelas escolhas: conto e música tem como semiose primária a escrita. Portanto, o processo de aquisição de lingua escrita por parte de seus estudantes está assegurando, uma vez que eles terão acesso a multiplos gêneros textuais.

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